De fato, Dunkirk é um filme muito bonito. Conforme esperado, Nolan continua um mestre no uso de câmeras IMAX, capturando planos de cair o queixo, com composições visuais caprichadíssimas. As batalhas aéreas e navais são um primor de realismo e a trilha sonora de Hans Zimmer eleva a tensão a níveis quase insuportáveis. Entre os atores, dois favoritos de Nolan, Tom Hardy e Cillian Murphy, além de Kenneth Brannagh, Mark Rylance e um surpreendente Harry Styles.
Não é, porém, um filme longo demais, com razoáveis 106 minutos de projeção, nos quais somos totalmente envolvidos pela maestria técnica e pela tensão do episódio real, ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial, quando cerca de 400 mil soldados, entre ingleses e franceses, acuados pelos alemães, aguardavam resgate na costa francesa do Canal da Mancha. O governo inglês esperava ser capaz de resgatar cerca de 30 mil soldados, mas um pedido de ajuda a embarcações civis possibilitou o salvamento de mais de 300 mil.
Sim, existe o soldado traumatizado que provoca uma pequena tragédia num barco civil, o soldado caladão que gera suspeita em seu grupo, e o aviador que vê sua esquadrilha ser abatida, mas nenhuma subtrama toma muito espaço do esforço de salvamento. A sobrevivência é o mote.
Em vez de chato, como eu temia, Dunkirk revelou-se um dos melhores filmes de seu cineasta, tendo conquistado oito indicações ao Oscar (incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor) em 2018, levando três prêmios técnicos. Pego-me, agora, lamentando não ter vivido a experiência de assisti-lo no cinema, com tela grande e som envolvente. Dunkirk é um triunfo da vida e da arte.
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