8.3.19

Retrovisor #2

O que você tomou pra curar sua ressaca do Carnaval de 2009? Fez disquete de backup pra evitar o bug do milênio no final de 1999? Você, pelo menos, já havia nascido em 1989? Hora de dar aquela olhada marota em direção ao passado recente e nem tão recente assim.


HÁ 10 ANOS...

Crise Final


Em 2009, começou a sair no Brasil a minissérie Crise Final, de Grant Morrison. Não fazia muito tempo que outras Crises (a Infinita e a de Identidade) haviam se abatido sobre o Universo DC, e Morrison chegou cheio de ideias mirabolantes. A DC puxou o freio de mão no meio da brincadeira e deu dois tapinhas na mão do autor. Pouca gente entendeu o que Morrison pretendia quando bolou uma história com a vitória definitiva do mal, na qual a temida Equação Antivida foi solta sobre a Terra e o Batman acabou morrendo ao enfrentar Darkseid (ao mesmo tempo em que morria na própria revista mensal, também escrita por ele). Havia uma montanha de séries paralelas, mas elas mais atrapalhavam do que ajudavam. Teve seus momentos (Darkseid renascendo no corpo de Bibbo Bibbowski era assustador), mas, no fim das contas, serviu pra pouca coisa.


HÁ 20 ANOS...

Travis - The Man Who


Parece inacreditável que o Travis foi, um dia, a banda que apadrinhou a chegada do Coldplay e, depois, ficou comendo a poeira dos afilhados cada vez mais famosos. The Man Who era o segundo disco da banda escocesa, um dos grandes discos românticos do final do século e, musicalmente, indie rock de excelente qualidade. À época, o vocalista e letrista Fran Healy foi chamado de "o último heterossexual sensível do rock". Verdade ou exagero, o fato é que o disco está coalhado de canções altamente assobiáveis, com ótimas letras sobre o fim do amor. Ainda que melancólica, a música do Travis aqui é dessas que dão vontade de cantar junto, como em "Turn" (elogiada até por Paul McCartney) e "Why Does It Always Rain on Me?" A pontada no coração que faz os olhos marejarem está garantida na última faixa, "Slide Show", com seu clima de "é, agora acabou pra valer..." Depois de The Man Who, o Travis ainda fez alguma graça com The Invisible Band (2001), mas, depois, foi minguando até a irrelevância.


HÁ 30 ANOS...

Nascido em 4 de Julho



Até 1989, Tom Cruise ainda era visto por boa parte do público como um ator bonito e nada mais. Havia elogios às suas atuações em A Cor do Dinheiro (ao lado do ícone Paul Newman) e Rain Man (ao lado do então ainda ícone Dustin Hoffman), mas Tom só começou a ser levado a sério com sua indicação ao Oscar por Nascido em 4 de Julho, na cerimônia de 1990. Com a habitual falta de sutileza, o diretor Oliver Stone questionava o papel dos EUA na Guerra do Vietnam e o tratamento dedicado aos seus veteranos - este último, um assunto que se prolonga por décadas, em diferentes guerras. Embora tenha vencido o Globo de Ouro daquele ano, Cruise teve a infelicidade de chegar ao Oscar competindo com Robin Williams, Morgan Freeman, Kenneth Brannagh e o incontestável vencedor, Daniel Day-Lewis. Apesar da derrota (e de um punhado de escolhas pessoais e profissionais questionáveis), nos anos seguintes, Tom Cruise virou um dos reis de Hollywood e teve outras duas indicações ao Oscar (por Jerry Maguire, em 1997, e por Magnolia, em 2000).

3 comentários:

  1. Pensei que tu ia falar em 2009 sobre o filme de Whatchmen, em 1999 sobre Matrix e em 1989 sobre o Batman de Tim Burton.

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    1. Muita calma nessa hora, amigo! Outros Retrovisores virão, ainda tem muito 2019 pela frente! Os itens que vc mencionou certamente merecem destaque. Abraço!

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